quinta-feira, 10 de março de 2011

Enquanto ele não vem

Certa vez eu me perguntei como seria a sensação de ser amada. Amar é fácil, é como ser levada por uma correnteza nadando a seu favor, mas ser amada deve ser um pouco diferente.
Nessa mesma ocasião meu perguntei se um beijo de amor e tão diferente de um beijo de tesão, se os valores são diferentes, se o contato corporal muda.

Não sei ao certo que me fez pensar nisso, talvez fossem as lágrimas que me escaparam dos olhos teimosos que fitavam o casal no parque, talvez fosse o soluço sorrateiro que pulou de minha boca logo depois de ouvir meu amigo de ônibus dizendo "Eu Te Amo" ao telefone. Pode até ser o fato de ter percebido que o amor sempre me fez falta, mesmo eu negando, mesmo desdenhando.

Mas foi de amor como afeto, como carinho, como saudade que eu senti falta. Foi de amor como toque, como cheiro, como gosto. Eu senti falta do amor como ele não sentiu de mim. E enquanto ele passa disfarçado ao meu lado, tentando esconder seu rosto em outros tantos que cruzam meu caminho, eu vou seguindo solitária, vendo o amor de uma janela, de um banco, de um quadro. Acreditando que eu não mereça o amor e, que talvez ele tenha percebido isso.