sábado, 29 de novembro de 2008

Se eu pudesse...

Mandava tudo à merda e largava mão dessa subjetividade hipócrita.
Arrancaria de meu peito essa sua face grossa e medonha, arrancaria também a irritante vontade que tenho de te ver.
Se essa ressaca moral não me atormentasse, provavelmente ainda estaria em um profundo AIIII que nem eu mesma aguento mais pronunciar.
Tem vezes,  que penso que o melhor seria mesmo me embriagar e deixar a verdade mórbida de lado, entrar literalmente em um espetáculo mal feito e estupidamente dirigido.
Em uma noite fui do inferno ao céu em 30 minutos, do vermelho amargo e azedo ao iceberg flutuante e sereno.
Do papo estúpido e ridículo dos jovens, ao não tão estúpido mas consistente dos sérios homens do sistema.
Larguei mão de vez da subjetividade e da hipocrisia.
Se eu pudesse...
Seria a pessoa que quero, e você não seria nada pra mim

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O dia seguinte

Eu tinha a esperança da mudança não ter tido motivo vivo, sei lá, ando meio confusa e subjetiva.

Quando encontrei meu caminho ele se desviou, me olhou nos olhos como sempre, mas não tinha a mesma delicadeza do dia passado.

Busquei a calma em lugares vazios, busquei na fonte o mais viciante dos entorpecentes.

Em uma longa montanha-russa tentei desviar dos loopings no caminho, toda aquela agitação estava me enjoando, justo eu, que sempre adorei os brinquedos-aventuras.

Eu não aguentava mais aquele jogo indireto que eu fazia e recebia nos papéis secretos que ele me passava, ou que eu pelo menos acreditava que recebia, os sinais que não menos ansiosa eu esperava.

Estúpida foi a vez que descobri que estava realmente apaixonada mais uma vez, e que aquela incrédula sensação estava me afrontando como um cão de guarda.

Eu já não dormia bem e suspirava subtamente nas horas menos apropriadas.

Eu estava ficando louca, e não encontrava remédio suficientemente forte para me curar.

Eu estava novamento sendo apenas a outra metade.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Quando eu levo meu perfume

Tudo parece mais bonito, as pessoas... bem elas ainda são apenas pessoas, mas também mudam, se tornam o que nunca foram e a embriagação que aquele perfume causa, começa a me alertar para o perigo do desvio do destino.
Caminho sempre tentando encontrar um lugar seguro, não quero descansar ,sou uma andarilha alucinada pelo desejo do saber e do conhecer, busco apenas o caminho que possa me adicionar.
Busco ainda entender o por que de toda esta viagem, de como me deixei levar mais uma vez, por este caminho que sempre me tortura.
Quando uso meu perfume, meu mundo fica mais colorido e o que era para ser apenas um dia, se torna o melhor dia que já vi.
Quando borrifo aquela minúscula dose de confiança é como se pudesse voar ao mais longínquo paraíso, bem... quando meu perfume se encontra ao meu lado, eu simplesmente me torno a outra metade.

Mas isso não é apenas um prefume, entendeu?

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Na margem



Você sabe o que significa ponto percentual????
Pois bem, eu tenho minha própria teoria, que se encaixa diretamente nessa margem de erro.Coisa da qual não necessitaríamos caso a perfeição fosse realmente possível.
Este produto não aceita devolução, é quase uma crença canônica, quase fé, você não vê mas crê.
18-38 dois pra mais, dois pra menos....o ideal?
Difícil.

O necessário?
1

A quantidade?
Infinita

Possibilidades?
Nulas.

Bem probabilidade Osvald de Souza, que muda de 0 a 50 pontos percentuais em 2 rodadas.
Ciências exatas?
HA. Não na raça humana, certo?

Leia as entrelinhas, não busque no rótulo toda a informação. O que seria do amor se você pudesse escolher?
Qual a surpresa do previsto?
Qual a graça do planejado?
Que tal se jogar de cabeça, abrir a mente, soltar a voz.
Cantar, gritar e brincar nas horas e locais menos improváveis.
Que tal viver???

Quando comprei meu ticket não sabia o que viria, não sabia o prazo de validade, não sabia o roteiro que iria seguir.
O que eu sei?
Que mesmo que queira, a vida é curta demais para jogos ocultos e olhares mal interpretados.
A vida é curta demais para ser desperdiçada, e longa demais pra quem ama.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Como?



Era inevitável que um dia eu falasse deles, é inevitável também que eu já não procure entendê-los.
Não é inevitável talvez o fato de ainda buscar em um deles alguém com quem dividir minha complicada mente.
Todos os dias eu acordava e levantava sem me preocupar como o que poderia acontecer.
Sento, respiro, tomo meu café e daquele local, me retiro às pressas.
No longo e cansativo caminho que percorro todos os dias, penso em mais de 1000 vezes que tudo aquilo é em vão, que nada vale a pena, que não posso mais agüentar.
Porém ao chegar em meu destino logo me esqueço das distrações passadas, da angústia sentida, do cansaço que me atormenta mais uma vez.
Não pense você que não sou feliz, ou que sou uma das caixinhas vermelhas de fósforos da padaria. NÃO!
Por mais complexa e zoneada que seja minha mente, nada passa despercebido pela minha capacitação de áudio e vídeo. Analiso sempre cada detalhe de um feito que me intrigou.
Penso, penso e reflito, por horas creio estar louca, talvez esteja mesmo, mas o fervilhão que se aloja em minha caixa craniana não para. 
Nas 20 horas que me mantenho acordada, sim talvez seja sono, ando dormindo muito pouco, nada parece acalmar minhas idéias.
Tempo desnecessário talvez eu esteja destinando a essas peripécias, tempo “de menos” eu esteja me preocupando com o que realmente me interessa.
Não tente me dizer que tudo funciona se o pacote vende. Quando o recheio é mesquinho, amargo e asqueroso de nada vale o lucro.
O que realmente importa não está na prateleira, nem se exercita. É nato e com o tempo se aperfeiçoa, tornando ainda mais insaciável este apetite instigador.

sábado, 8 de novembro de 2008

Só mais uma dose.


Qual seria a fórmula do amor?
Quais as doses corretas desta poção mágica?
Qual Alquimista alucinado, criou este veneno intrigante ?
Nada cega mais os olhos do que uma boa dose de tudo o que tanto evitei, nada trouxe mais arrependimento do que me deixar alucinar por algo incontrolável.
Nada foi capaz de me fazer parar, ninguém me puxou do abismo pelo qual me joguei. Com um tiro no escuro eu acertei meu próprio pé. Nada pareceu mais ingrato que aquele caso não correspondido. Cada gesto estúpido, cada palavra atravessada, cada mau humor ignorado.
Nada me incomodou mais do que sentir aquele perfume em todos os lugares, nada foi capaz de tirar da minha mente sua fisionomia angelical, nada me deixou mais apavorada como no dia em que vi, ele esquecendo meu nome.
Tudo pareceu insano, eu estava em pânico, e tentava me livrar das correntes que pesavam sobre meus punhos.
Socos e pontapés, tudo era em vão, aquela febre alucinógena já fazia quarentena, e os picos convulsivos atormentavam minhas noites, já mal dormidas.
Eu buscava entre todos os mágicos e bem feitores, um antídoto que pudesse me curar.
Eu havia pedido por engano, uma dose excessiva da droga do amor.