segunda-feira, 29 de março de 2010

Block

Eu tento, eu repito a cena, eu relembro cada letra, cada palavra, cada frase, mas tudo o que eu consigo está em branco.
Meu pulso está branco, cheio de veias pretas que pulsam e irrigam vasos menores. Um líquido grosso e roxo.
Mas aí eu percebo que perdi o foco, que não era isso que eu queria, não era o que eu deveria mostrar. A memória volta, mas as palavras não, e a raiva que eu senti de mim quando percebi tudo o que falavam, não me fez ter mais raiva de ninguém. Até a hora em que um pé foi colocado no meu caminho e fui proibida de seguir em frente.
O que eu fiz? Dei a volta e entrei pelos fundos.
Não pense que você vai me impedir, muito menos me calar. O poço fundo e sujo que encontrei não foi visto apenas por mim.

sexta-feira, 12 de março de 2010

P&B

Porque meu quarto é tão branco? Parece que eu não consigo pensar direito, era mesmo, tudo branco.
Era um corpo inquieto, uma mente inqueita, um sonho inquieto, mas era tudo tão calmo, tudo tão solene, tudo tão natural.
Era choro, era raiva, era ódio, mas era amor, era paz, era felicidade.
Era branco, era preto, às vezes era vermelho, marrom nunca foi e a maior parte do tempo era cinza. É cinza, mas será cinza?
Era aperto, era angustia, era dor, era explosão, era êxtase, era prazer.
Eu era tudo e não era nada, eu queria e negava tudo ao mesmo tempo.
Era tudo branco, eu não conseguia pensar. Eu estava presa, mas estava livre, eu estava louca, mas estava sã. Eu queria você, mas acima de tudo eu lhe abominava.
Era vermelho e esvaiu, era branco e escureceu, era amor.....agora não é nada