domingo, 16 de agosto de 2009

Fotografia peculiar


Pela  primeira vez eu não sabia o que estava acontecendo, eu simplesmente desliguei o computador e fitei a tela em preto na minha frente. Não era algo em que eu queria pensar , não era nada do que eu queira ver, mas ela estava ali cuspindo a verdade em minha testa, detalhando cada passo que me fez cair.

Sim eu caí....fiquei de joelhos por horas em meu quarto.Não cruzei as mãos, nem pronunciei qualquer  som. Mentalmente eu pedia, implorava, enquanto minhas lágrimas corriam silenciosas de minhas bochechas ao começo de meu colo.

Eu senti que aquela dor deveria estar me deixando curvada, mas eu continuava estática , pesada de mais para me mexer, triste demais para tentar levantar.

Quando eu consegui, a única coisa que pude ouvir foi o silêncio que ardia em meu coração, eu entendi nesse momento o que era sangrar por dentro, e talvez possa até ter ouvido o barulho de meu coração sendo estilhaçado em minúsculos mil pedaços, pequenos demais para serem juntados novamente.

Talvez eu tenha ficado tempo demais sem falar, talvez eu tenha deixado que a dor me dominasse. A única coisa que eu sabia era que doía muito para ser dito, e parecia loucura demais quando eu pensava.

Eu novamente estava sozinha, ou na verdade continuei como sempre estive.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Se um dia eu acordar


Eu estava naquele lugar com um propósito e meus olhos fervilhavam ansiosos e excitados por aquelas páginas. Minhas mãos tremiam em sua imobilidade, e meu coração dava piruetas dentro do meu peito, fazendo com que sua dança frenética trouxesse uma dificuldade terrível em respirar.Como se o ar fosse chumbo líquido e eu tentasse força-lo a descer narina abaixo.

Ao mesmo tempo em que me vi atingida por este frenesi, fui tomada pelo medo. Sombrio ele congelou minha nuca e dançou lentamente coluna abaixo. Foi ai que senti minhas mãos voltarem a vida, mas só porque vi o sangue escorrer da palma de uma delas, me fazendo perceber que na verdade estava dominada pela raiva.

Inalei, insegura de minha capacidade respiratória, a maior quantidade que pude de ar,mas fui golpeada por uma ardência, que me fez sentir vontade de me virar e arrancar a cabeça de alguém.

Me lembrando rápido demais do que me fez esquecer dele, percebi que não tinha mais nada que me motivava naquele lugar, e ao correr para a porta vi que na verdade nunca conseguiria sair daquele sonho, que aos poucos se tornava um pesadelo.