sábado, 21 de novembro de 2009

Linha tênue

Eu odeio o jeito que você me olha, o modo como me julga e a força com que me afasta.
Eu odeio você por ter levado contigo meu sonho e por ter me deixado sozinha em um caminho que não era meu.
Odeio o rumo que minha vida tomou, e acima de tudo, odeio o modo como me fez mentir.
Eu não te odeio apenas por ter levado meu único e verdadeiro desejo para longe, eu a odeio por tentar, todos os dias, me afastar da minha tranquilidade.
A odeio por não se importar e pela facilidade com a qual me deixa de lado.
Odeio não ter sido a escolhida, e me odeio, por recolher as sobras que me mantêm viva e sã.
Mas acima de tudo eu odeio a mim.
Por te amar incondicionalmente, por fingir não ver sua apatia, por mascarar sua falta de vontade comigo.
Eu me odeio tanto por não deixar de te amar e por saber que a cada dia que passa, meu amor aumenta, solidifica, enraíza.
A cicatriz que você deixou em meu peito arde esporadicamente mas sua dor é tão forte e violenta, que me leva para um passado feliz. E depois me joga para um presente cheio de angústia, dor e sacrifícios.
Eu a odeio tanto, mas me odeio mais, por saber, que vou te amar para sempre.

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