quinta-feira, 26 de março de 2009

Onde eu estava?


Eu senti uma massa densa e cinza se aproximar daquele lugar branco e negro, ainda com o cheiro da gordura da última refeição.
Aquela massa era fria, motivo talvez, pelo qual eu me senti insegura e desprotegida.
As acusações derramadas me faziam diminuir cada vez mais o auter-ego, e eu comecei a perceber o porque daquele longo caminho de duas horas ter se tornado tão reconfortante aos meus olhos.
As três horas passadas tinham sido da mais pura excitação, eu devorava com os olhos a nova poesia que comprará e estranhamente a amargura incrustada pelos últimos dois meses parecia se dissolver aos poucos em meus pensamentos.
Mudamos de cômodo, mas não de humor, um sarcasmo mútuo enchia as palavras pronunciadas e risos maliciosos cerravam cada final de frase.
Ninguém estava disposto a ceder e eu permanecia imóvel tentando decifrar quando tudo aquilo havia começado.
Duas teorias vieram a minha cabeça:
- Ou eu havia mudado, e o que antes parecia normal, estava se tornando incômodo.
- Ou eu percebi, mesmo que tarde, que eu nunca tive lugar determinado ali
Silenciosamente eu torcia para que a primeira alucinação fosse a resposta, mas categoricamente a segunda tomava forma em meus pensamentos, e cada gesto passado, parecia martelar a sentença que seria anunciada.
Um ruído alto e fanho invadiu as janelas, e eu senti que podia fugir,
Esperei apenas para dar um gélido OI, e pude voltar tranquila para um lugar, onde meus pensamentos eram tomados por personagens pré-determinados.

Um comentário:

Unknown disse...

Eu consigo imaginar onde vc estava... Talvez em Forks, não?
Adoro seus posts, Pâm... São verdadeiros e mostram quem vc é em todas as suas facetas.
Genial essa sua releitura de Lua Nova. ;)