Era inevitável que um dia eu falasse deles, é inevitável também que eu já não procure entendê-los.
Não é inevitável talvez o fato de ainda buscar em um deles alguém com quem dividir minha complicada mente.
Todos os dias eu acordava e levantava sem me preocupar como o que poderia acontecer.
Sento, respiro, tomo meu café e daquele local, me retiro às pressas.
No longo e cansativo caminho que percorro todos os dias, penso em mais de 1000 vezes que tudo aquilo é em vão, que nada vale a pena, que não posso mais agüentar.
Porém ao chegar em meu destino logo me esqueço das distrações passadas, da angústia sentida, do cansaço que me atormenta mais uma vez.
Não pense você que não sou feliz, ou que sou uma das caixinhas vermelhas de fósforos da padaria. NÃO!
Por mais complexa e zoneada que seja minha mente, nada passa despercebido pela minha capacitação de áudio e vídeo. Analiso sempre cada detalhe de um feito que me intrigou.
Penso, penso e reflito, por horas creio estar louca, talvez esteja mesmo, mas o fervilhão que se aloja em minha caixa craniana não para.
Nas 20 horas que me mantenho acordada, sim talvez seja sono, ando dormindo muito pouco, nada parece acalmar minhas idéias.
Tempo desnecessário talvez eu esteja destinando a essas peripécias, tempo “de menos” eu esteja me preocupando com o que realmente me interessa.
Não tente me dizer que tudo funciona se o pacote vende. Quando o recheio é mesquinho, amargo e asqueroso de nada vale o lucro.
O que realmente importa não está na prateleira, nem se exercita. É nato e com o tempo se aperfeiçoa, tornando ainda mais insaciável este apetite instigador.